sábado, 23 de agosto de 2008

Política e Cidadania

Na antiga Grécia havia um espaço privilegiado de discussão politica, comercial e cultural. Designava-se como Ágora e eram como assembleias de cidadãos. O facto que a mim mais me fascina neste espaço, era o facto de os cidadãos que aí discutiam os assuntos da cidade, eram iguais entre si e não estavam submetidos nem a nenhum rei nem a nenhum deus. Era o espaço do Homem, perante a sua própria existência. Livre e abandonado, entregue à sua fatídica racionalidade. Um espaço de sagrada humanidade, que me perdoem esta antítese tão difícil de digerir, mas também tão irresistível.

Se o Homem desde muito cedo sentiu a necessidade de organizar-se para garantir a sua sobrevivência, foi na antiga Grécia onde o conceito de “Política” se começa a moldar pelos seus contornos mais “modernos”. Grécia, inventora da Ágora, ao criar a Política e as bases da Democracia, cria também outro conceito, que na minha opinião ainda mais vasto, o de Cidadania.

Se a Política tem como fim último a gestão da coisa comum, já a cidadania é um estado de consciência que todo o Homem deve desejar. Quando escolhemos um determinado modelo de sociedade, para nós, estamos inevitavelmente a eleger o melhor modelo de sociedade para todos nós e deste modo a exercer a nossa qualidade de cidadão enquanto agente de transformação. Assim, ser cidadão é um estado permanente de consciência da realidade e a nossa cidadania manifesta-se em qualquer acto que contenha um projecto de construção da sociedade que cremos mais feliz. A Política surge provavelmente como o braço mais efectivo da Cidadania.

Pretendo, deste modo, utilizar este espaço para exercer a minha cidadania e proporcionar-vos a minha utopia.


Ágora de Tessalônica (fonte: wikipédia)

Actualmente o espaço equivalente à Ágora dos gregos clássicos, seria a nossa Assembleia da República, teoricamente falando. Pois sinto-me bastante incomodado quando passados tantos anos, a evolução foi tão nefasta…