sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Não nos calaremos ….

Na primeira noite, eles aproximam-se
e colhem uma flor de nosso jardim.
E não dizemos nada…


Na segunda noite, já não se escondem,
pisam as flores, matam o nosso cão.
E não dizemos nada…

Até que um dia, o mais frágil deles,
entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua,
e, conhecendo o nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada, já não podemos dizer nada.

Maiakovski (1893-1930)

"Gostava que este grito se amplificasse…Não gostaria de ser acusado de não ter dito nada… e já ser tarde de mais."