Na primeira noite, eles aproximam-se
e colhem uma flor de nosso jardim.
E não dizemos nada…
Na segunda noite, já não se escondem,
pisam as flores, matam o nosso cão.
E não dizemos nada…
Até que um dia, o mais frágil deles,
entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua,
e, conhecendo o nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada, já não podemos dizer nada.
Maiakovski (1893-1930)
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